Os prefeitos das sete cidades do Grande ABC decidiram na tarde desta quarta-feira (9), flexibilizar o uso de máscaras em ambientes abertos. A utilização do item de proteção vinha sendo obrigatória desde o início da pandemia de Covid-19 como forma de diminuir a proliferação do coronavírus. A decisão foi tomada durante a assembleia do Consórcio Intermunicipal Grande ABC, realizada por videoconferência. Por outro lado, o uso do item de proteção continua sendo obrigatório em ambientes fechados de acesso público, como comércio, escolas e o transporte público.

De acordo com os prefeitos do ABC, a flexibilização acontecerá de forma “gradual e cuidadosa” devido a melhora dos indicadores da pandemia na região. Nas últimas quatro semanas, a média móvel de casos caiu 80% na área composta pelos sete municípios. Até 8 de fevereiro, a média de casos por dia era de 1.361. Já em 8 de março, essa média caiu para 275.

Enquanto isso, a ocupação média de leitos de UTI na região é de 24%, bem abaixo da ocupação aferida na capital, de 43%. Os óbitos tiveram redução de 66% no mesmo período.

A medida segue a decisão do governador João Doria (PSDB), que já havia confirmado, algumas horas antes, a liberação do uso de máscaras em ambientes abertos de todo o Estado, durante coletiva de imprensa. Durante a entrevista, o tucano assinou o decreto, já publicado em edição extra do Diário Oficial do Estado, que oficializa a decisão. Com o despacho, a utilização da máscara passa a ser opcional em locais como vias públicas, parques, ambientes escolares abertos, shows e eventos ao ar livre.

“A decisão de hoje se deve fundamentalmente ao avanço da vacinação. São Paulo é o estado que mais vacina no Brasil. A decisão está respaldada na ciência, na saúde e no respeito pela vida”, afirmou Doria. “É um novo momento na vida e no trabalho. Depois de dois anos e dois meses de pandemia e de perdas, nós podemos tomar uma medida com esta importância e dimensão”, completou o governador.

Assim como no Grande ABC, a medida baseia-se nas análises feitas pelo Comitê Científico do Coronavírus de São Paulo. O grupo de especialistas levou em consideração a redução de 76,7% nas novas internações e 56% dos óbitos por Covid-19 no último mês. O uso da proteção, entretanto, continua obrigatório no transporte público e em todos os ambientes fechados de acesso público, como salas de aula, comércios e escritórios.

Além da melhora nos indicadores da pandemia, São Paulo tem a maior cobertura vacinal do país, com mais de 101 milhões de doses aplicadas. O estado está próximo da meta de 90% da população elegível vacinada, conforme recomendação da OMS (Organização Mundial da Saúde).

Os prefeitos das cidades do Grande ABC chegaram a discutir, no início de novembro do ano passado, a possibilidade de flexibilizar o uso de máscaras na região, mas acabaram decidindo manter a obrigatoriedade como forma de proteger a população, apesar de os indicadores da época sinalizarem que havia uma tendência de queda no número de casos e mortes por Covid-19. 

Estádios poderão ter capacidade máxima 

Outro anúncio feito por Doria foi o da liberação de ocupação máxima de público nos estádios de futebol do Estado. A medida, também válida para eventos esportivos em geral, culturais e de lazer, foi tomada por orientação do Comitê Científico devido ao aumento dos índices de vacinação e da melhora dos indicadores da pandemia.

Para o ingresso nos estádios, os clubes mandantes devem exigir um comprovante com esquema vacinal completo. Quem ainda não tiver concluído o esquema vacinal, deverá ter tomado ao menos uma dose de vacina e apresentar um teste negativo com validade de 48h para os do tipo PCR ou 24h para os testes de antígeno.